Sobre o Evento:
No dia 27/06/2014 aconteceu a 1º Etapa disputada no Brasil com chancela do UWCT, valida pelo campeonato Mundial Amador de Ciclismo de Estrada. A etapa é valida como classificação para a final do Mundial que de ano em ano tem um país como organizador, nesse ano em específico seria em Liubliana, a capital da Eslovênia.
A prova é dividida em categorias por idade, no meu caso entrei logo na principal, de 19 a 35 anos. Todos os 25 primeiros colocados de cada categoria tem vaga garantida para concorrer a final, outra forma de conseguir a vaga seria disputar qualquer outra etapa classificatória ao redor do mundo, lembrando que existem “gran fondo” em todos os continentes, da mesma forma que aqui no Brasil.
A cidade de Botucatu/SP foi escolhida para sediar o evento, com um percurso não muito longo, porém bastante agressivo, foram 68,7 Km de prova com mais de 1.600 metros acumulados em subida, existem pontos de até 22% de inclinação, é realmente muita dura!!!

A viagem:
Depois de decidir participar, pois até então eu nunca havia participado de uma corrida de bicicletas, foi fazer a inscrição, estudar a prova e programar a viagem.
Eu precisava de algo assim antes de partir para o meu grande objetivo do ano, que era a maior prova de ciclismo amador do Mundo, o L’Etape du Tour. Seria uma ótima experiência para adquirir um pouco de “bagagem” em corridas.
Uberlândia/MG cidade e em que resido, fica a 515 Km de Botucatu/SP, cidade onde seria realizado o evento, então foi somente reservar o hotel, carregar a caminhonete e partir.
Saída após o almoço de Uberlândia, chegando em Botucatu no começo da noite. Uma viagem muito tranquila.
Um muito obrigado ao meu amigo Werner, que me acompanhou na viagem, pois caso contrário teria que ter feito tudo sozinho, o que seria mais trabalhoso, cansativo e desesperador, afinal estava prestes a fazer algo que nunca havia feito até então.

A Corrida:
Após uma noite de sono não muito boa, acredito que pela ansiedade da prova, acordamos cedo no hotel, tomamos um belo café da manhã, e saímos em direção ao local do evento. Em direção ao café da manhã, um companheiro de prova fez um breve comentário comigo: “é .. vamos sofrer um pouco né!!!”
Antes da saída, eu havia esquecido de levar minha bomba de encher pneus, e disputar a corrida sem os pneus estarem perfeitamente calibrados em 120 psol não seria de muita inteligência da minha parte. Como o hotel estava lotado de ciclistas, não tive muita dificuldade em arrumar uma bomba emprestada e deixar tudo em perfeitas condições.
A corrida tinha largado em um Posto “Rodo Serv”, a margem da Rodovia Castelo Branco, sentido São Paulo capital.
Estacionando a caminhonete vou em direção a organização pegar o “kit” da prova, com o numero de corrida + chip e outros acessórios que sempre existem nesses eventos. Com o kit em mãos, foi a hora de acabar de me arrumar, vestir o resto dos equipamentos, descer a bike da caminhonete e me encaminhar para a linha de largada.

Lembro-me perfeitamente bem, que no momento em que todos estavam balizados, existia um locutor do evento, tentando dar uma “animada” na galera, e com um jargão extremamente repetitivo e chato: ” dói dói dói … dói tudooooooooooo”, neste momento eu não sabia o que era mais chato, esse locutor ou o jeito brasileiro de atletas folgados dando um jeito de entrar no meio do balizamento já lotado, mas enfim, tudo vale nessa hora.
Dando a largada, já nos primeiros quilômetros havia a principal subida da prova, com mais ou menos 6 Km de extensão, e pontos de 22% de inclinação. Ainda bem que mudei minha relação de transmissão para compacta, 50 x 34 / 12 x 28.
Muita movimentação e troca de posições, pessoal com furos de pneus, quebra de bicicletas e etc., a prova foi se desenrolando. Eu acreditava que seria mais fácil, não imaginava o quanto estava duro o sobe e desce agressivo.
Com metade da prova completo, eu me encontrava sozinho, sem nenhum pelotão para revezar, com o vento completamente na cara, foi ai que apareceu um senhor, e disse: “Vamos nos ajudar!!!”, eu prontamente aceitei e fomos revezando, com isso nós 2 sairíamos ganhando. Eu estava espantado com o tanto que ele era bruto, perguntei a idade ele me respondeu … 56 Anos!!! eu não acreditei, o homem era forte demais, eu com 30 anos andando pau a pau com ele!!! foi fera demais… com o passar da prova juntaram mais 5 pessoas ao nosso grupo, ai sim com 7 faria mais diferença ainda!
No fim da última subida, tive um furo de pneu, o qual tive que parar e trocar. Com uma câmara de ar nova, e um cilindro de Co2 em mãos, em menos de 5 minutos estava de volta a corrida. Mas agora sozinho novamente, e assim foi até o término

Cheguei acabado, sem me preocupar com o resultado, mas muito FELIZ, por ter concluído o meu objetivo, que era terminar a prova!
Nesse ano de 2016 o meu primeiro objetivo é disputar novamente essa corrida e fazer um tempo abaixo do que havia feito em 2014! Veremos!!!
