O que são subidas categorizadas? Saiba como entender melhor a categorização das subidas no ciclismo. Cada Montanha ou evento tem variáveis de dificuldade, que afetam diretamente na numeração categórica que suas respectivas subidas representam.

Inicialmente é necessário falar da história e de onde toda essa nomenclatura começou. No Tour de France de 1933 são onde os primeiros registros de alguma quantificação por subidas aparecem, mas não eram em si categorização das montanhas, e sim dos ciclistas que as transpunham. Com o fim da segunda guerra emfim foi definido entre 3 níveis de dificuldade. em 1962 foi adicionada uma quarta categoria de dificuldade e finalmente em 1979 chegamos ao até então atual modelo de 5 níveis de categorias denominados para as subidas, sendo elas respectivamente, 4 – 3 – 2 – 1 – HC.
Mas afinal, o que é uma montanha categorizada? Sempre quando se fala em categorização de montanha é em relação a DIFICULDADE que a mesma oferece.

Existem 5 tipos de categorias de Montanha: Começando de forma crescente em relação a dificuldade, são:
- Categoria 4 – Subidas com menos de 3km de comprimento.
- Categoria 3 – Subidas com até 5km de comprimento.
- Categoria 2 – Subidas entre 5 e 10km com ao menos 4% de inclinação Média.
- Categoria 1 – Subidas de 10 a 20km com ao menos 5% de Inclinação Média.
- Hors Catègorie HC: Sem Categoria ou Não Categorizada – Subidas com 10 a 20km com a Inclinação Média superior a 10%.
Assim subentende-se que as subidas Categoria 4 tem um nível de dificuldade menor, e em contrapartida as subidas fora de Categoria “HC” são as que apresentam maiores dificuldades.
Mas não existe uma tabela ou gráfico exato para essa categorização, pois quando se trata de índice de dificuldade, cabe a cada organização de prova denominar a dificuldade de suas respectivas montanhas. Não é algo claro e objetivo, uma Montanha no Giro de Itália pode ser considerada Categoria 1, e no Tour de France uma montanha semelhante pode ser considerada HC. Eles levam em consideração o momento em que cada montanha aparece na etapa ou ao longo da prova, o cansaço acumulado dos ciclistas durante toda a competição faz com que as montanhas fiquem mais difíceis entre outros inúmeros fatores.

Com isso a forma mais confiável e precisa de categorizar uma montanha, é usar a forma com que o “STRAVA” calcula em seus aplicativos e páginas. Ela criou um padrão aritmético e adaptou a média histórica de cada montanha, de forma simples e objetiva:
Os parâmetros básicos são feitos através de um cálculo entre a Distância em (metros) x % Inclinação, e com o resultado comparar a tabela abaixo:
- de 8.000 à 16.000 = Categoria 4
- de 16.000 à 32.000 = Categoria 3
- de 32.000 à 64.000 = Categoria 2
- de 64.000 à 80.000 = Categoria 1
- +80.000 = HC
Utilizando o exemplo da foto em acima sobre o Mont Ventoux:
Distância total da Montanha é de 20km o que transformando em metros dá um total de 20.000m. Inclinação média de 8%. Basta multiplicar a distância de 20.000 x 8 que é a inclinação média da montanha o resultado é de 160.000. Olhando na tabela, o resultado está acima de 80.000 ou seja, a montanha automaticamente é considerada HC.
Como citado inúmeras vezes anteriormente, é necessário compreender também o que é e como funciona um gradiente de subida, o tão falado “percentual de inclinação”. O esse percentual nada mais é que um dos indicadores de dificuldade na execução da escalada, e o deslocamento vertical de um ponto ao outro.
Lembrando que geralmente se faz uma média, uma subida tem inúmeros pontos de inclinações diferentes, principalmente em regiões com curvas sinuosas e etc. Ou seja normalmente se faz a média de toda a montanha ou por km percorrido.
Usando o mesmo exemplo do Mont Ventoux iremos calcular a % de Inclinação Media de toda montanha:
% de inclinação = ((altitude final – altitude inicial) / distância percorrida) x 100
Assim utilizando o exemplo do Mont Ventoux, teremos a altitude final 1912 – 314 da altitude inicial = 1598, dividido por 20000 que é a distância em metros percorrida = 0,079. Por fim multiplicando por 100 chegamos ao resultado de 7,99% ou arredondado teremos 8%
O resultado real que pode-se levar em consideração desse percentual é, se falando em 8%, na prática significa que para cada 100 metros retilíneos de distância sobe-se 8 metros verticalmente. Um outro exemplo, se estamos em um ponto da montanha que tem 10% de média, significa que estamos subindo 10 metros de altura verticalmente em uma proporção de 100 metros retilíneos percorridos.
Assim quanto maior a porcentagem de inclinação, maior a dificuldade da subida.
Muito legal este artigo, permite saber que subidas com inclinação superior a 5% já podem ser consideradas difíceis, era uma informação que eu sempre quis saber.
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