IMPORTANTE – Existe um post mais ATUAL e objetivo sobre a subida da Serra do Rio do Rastro – basta clicar nesse link: https://wordpress.com/post/obicicleteiro.com/1475
A Serra do Rio do Rastro, ou Serra Catarinense é uma serra que fica localizada no município de Lauro Muller-SC, à 211km da capital Florianópolis.
É a serra mais famosa do Brasil, devido ao seu grau de inclinação, vegetação típica, suas curvas acentuadas e uma beleza sem igual. Já li algumas matérias internacionais, que a mesma e considerada a serra mais “assombroza” do mundo, que traduzido para o português, é a serra mais “Espetacular” do mundo, outra fonte, agora de um site inglês, diz que ela está entre as 5 montanhas mais bonitas para se conhecer em todo o mundo.
Uma coisa é certa, vale a pena conhecer algum dia, e foi isso que fiz, no dia 7 de Junho de 2016, rumo a uma viagem de trabalho e passeio para Gramado-RS, resolvi tirar um dia para conhecer a Serra do Rio do Rastro. Quando digo conhecer, obviamente é escalar a montanha com minha bicicleta, e honestamente falando, não existe sensação melhor!
Dados da Escalada:
A serra é cronometrada e computada, somente em seus 7km finais, porém ela é bem maior que isso. Ela tem início no Município de Lauro Muller-SC, e o término no Mirante, próximo ao município de Bom Jardim da Serra-SC.
Do município de Lauro Muller-SC, são aproximadamente 25km até o topo da Serra do Rio do Rastro. Meu objetivo era fazer apenas a parte da subida, comecei escalando um pouco a frente da cidade. Foram 14km de escalada até o topo, com pontos de inclinação em até 17%!!! É muito duro!

O mês de Junho, no Brasil é conhecido pelo começo do inverno, e com isso a temperatura tem costume de ficar mais baixa, ao sul do País, e principalmente na região da serra, é comum estar próximo de zero graus.
A poucos dias antes da viagem, estava acompanhando as previsões do tempo para o local, a chuva era predominante, mas no dia que pretendia subir, estava marcando um dia de sol, com poucas nuvens e baixa temperatura. Só me restava “torcer” e “rezar” para que realmente acontecesse isso!
Graças ao meu pensamento positivo, a previsão estava correta! Um dia lindo, com poucas nuvens, e bastante frio! O frio estava mais intenso, devido a uma massa de ar polar que chegou em toda região Sul e Sudeste do país. Más não seria isso que impediria de fazer minha escalada, e sinceramente, eu me sinto muito melhor com baixas temperaturas, do que com temperaturas mais elevadas.
Paramos o carro a 14km do topo, e comecei a me preparar para subir, retirar todas as “tralhas” do carro, vestir roupa, hidratação e etc. Para que tudo ocorra como programado.
Meu amigo Werner (Werneta) subiria de carro, e iria tirando fotos de toda a região e minha também, afinal eu não poderia fazer por estar concentrado na subida.
O início da escalada é mais tranquilo, a inclinação média é mais baixa, em torno de 4 à 5%, baixa comparado a pontos de 17% mais acima.
Foi melhor começar mais a baixo, pois dá para aquecer melhor o corpo, e as pernas, para a parte mais complexa e dura.
O dia estava LINDO! Fui admirando a paisagem, que é bem específica. Sentindo o asfalto a pista, que tem uma mistura de concreto, é diferente, mas uma “delícia” de andar.
Falando em pista, o tráfego do local estava em sua normalidade, afinal é uma Rodovia Estadual, o movimento não estava intenso, existem muitos caminhões e ônibus transitando no local, o que demanda uma atenção maior devido as curvas acentuadas que existem.
Nesse momento, pude reparar no fluxo contrário, um carro de passeio descendo e eu subindo, o motorista me viu, e aplaudiu! Ali eu já imaginava o que iria passar ainda, e o melhor o reconhecimento do motorista, em eu estar ali, no frio, subindo a montanha de bicicleta sozinho. É muito gratificante ver o reconhecimento dos outros! Isso me faz arrepiar e gostar ainda mais do que faço.

Após os primeiros 7km de escalada, eis que chego na parte “contabilizada” da montanha, e a parte mais dura. Ali já sentia que não seria nada fácil.
A montanha tem uma particularidade, ela tem iluminação, de noite a Rodovia é toda iluminada, deve ser muito legal subir ali de noite também. Seguindo todo o processo de sustentabilidade, a energia para alimentar a iluminação dos 7km da Rodovia, é toda eólia, produzido no alto da serra. Muito legal a iniciativa, deixa o ambiante ainda mais admirável.
Na parte mais dura da subida, já sentia minha pernas “queimando”, fruto do esforço contínuo da grande inclinação. É o ácido lático fazendo efeito na musculatura. Confesso que amo sentir essa sensação, é sinal que meu corpo está no limite, com batimentos acima de 180 bpm, é muito bom estar assim.
Poderia ter sido uma escalada um pouco mais fácil se eu tivesse usado uma relação de transmissão na bicicleta mais leve, eu usei um 34/28, mas se usasse um 34/30 seria mais fácil. Más no fim tudo deu certo, é só fazer um pouco mais de força e superar as adversidades.

Podia sentir também, além do cansaço, o vento que hora estava a favor, hora contra. Era normal pois com as curvas acentuadas, a todo momento se muda de direção. Com o vento contra, é mais complicado a subida, e a sensação térmica fica ainda pior, ali estava no momento 7º, mas com o vento, a real sensação era de bem menos. Foi a hora de colocar uma blusa de “corta vento”, para ajudar a não sentir muito o frio.
Por fim ao final da escalada, dos 14km, e com 1 hora e 20 minutos, consigo chegar ao topo da serra, no mirante. Uma sensação única de dever cumprido, e felicidade, por ter escalado a mais famosa e dura serra do País, e porque não dizer, uma das mais famosas e dura do Mundo!

Após a chegada ao mirante, e tirar algumas fotos, tive mais momentos de interação com a vida da montanha. Existem muitos Quatis, que vivem lá no alto da serra, acredito eu que os turistas alimentam eles ou algo do tipo, são inúmeros e todos não tem receio nem medo algum das pessoas. Tive o prazer de tirar uma foto com um deles. Confesso que nunca tinha visto um animal desses antes, é totalmente diferente, e muito “folgado”, são tão mansos que entraram dentro do nosso carro para pegar comida, tive que tirar um com as mãos, de dentro do carro!
Isso fez com que minha interação entre, montanha – vida – e bike se tornasse completa, e me motivando ainda mais por buscar novas aventuras e desafios.
Assim terminava minha escalada, ocorreu tudo perfeitamente bem! Para os que tem a vontade de conhecer o local algum dia, eu recomendo. É realmente Fantástico!

Dados da Escalada:
-Distancia: 14km
-Elevação: 1000m acumulados de subida. ( Saindo de 420m e chegando a 1420m)
-Altimetria: 1420m
-Ritmo Cardíaco Médio: 169 bpm.
-Velocidade Média: 10,2 Km/h.
-Tempo: 1,20 Horas.
-Temperatura: 8º.

Ola…. como vc se preparou pra subir ela…. treinou específico?..estou perguntando pois irei fazer uma prova daqui 15 dias… e estou contabilizando tempo de prova…. valeu e obrigado pelo relato…
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Olá tudo bem Glauber … Se sua prova for apenas a montanha em si, um ciclista de médio preparo faz em 1 hora e 30hrs .. pode calcular isso. Outros mais fortes fazem em menos de 1 hora … Vai muito do condicionamento de cada um … se for para pedalar e curtir demora mais … Uma dica eu te dou, não saia animado e dando tudo não pois falta perna no final. Começa tranquilo e deixa para apertar na parte realmente dura que é depois do café .. Abs e boa prova!!
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Bom dia.
Excelente POST.
Em 06/09/2020 eu desci e subi a serra do rio do rastro parte de subida foram 28 km média de 12.6 de MTB de baixo de chuva.
É incrível vale muito a pena.
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Meu amigo, muito boa as dicas e dados, do percurso, vai me ajudar muito, pois pretendo subir em março, vc lembra qual foi a sua FCmáx e a sua idade na época?
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Amigo, eu estava com 30 anos +- … o que eu posso te falar é: mantenha uma FC média confortável que você subirá tranquilo! E lá no final quando ela inclinar de verdade você ainda estará inteiro! Bom pedal!!! E obrigado!
Obs: eu não lembro a FCmax mas fui bem no limite! abs!
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