No dia 11/06/2017 aconteceria mais uma prova de ciclismo, o Road Brasil Ride, na cidade de Pardinho/SP, é uma prova relativamente curta, com apenas 68km porém extremamente dura, com 1600mts de altimetria acumulada. Eu já havia participado no ano de 2014 dessa mesma prova, porém o nome era diferente, se chamava Mundial Amador UWCT, prova que competi sozinho. Nesse ano de 2017, fui participar com um amigo, e companheiro de pedal, o CM, ou Carlos Menezes. Saímos de Uberlândia no dia anterior bem cedo, haja visto que queríamos chegar bem cedo em Botucatu/SP, cidade onde ficaríamos hospedados para poder descansar e relaxar para a prova no dia seguinte. Uberlândia a Botucatu, são 510km de distância.Com a chegada mais cedo na cidade de Botucatu, decidimos andar mais 30km, e ir fazer o reconhecimento do percurso, seria bom para o CM conhecer o percurso, e para mim também lembrar de como realmente era o percurso. Ali tivemos a noção do quão duro é o trajeto. Isso é importante para nos prepararmos psicologicamente para o que estava por vir no dia posterior. Foto do alto da serra de Pardinho. O local é incrível!
Já no hotel em Botucatu, hora de deixar tudo pronto, e descansar pois no domingo dia 11/06 era dia de fazer forçar e dar tudo que teríamos condições de fazer.Chegada no local da largada da prova. O posto RodoServ, na rodovia Castelo Branco. Chegamos 1 hora e meia antes da largada. para pegar o Kit, com brindes, placa de identificação e o chip de cronometragem.Tudo pronto para ir fazer o balizamento para a largada.Poucos antes encontramos com outro conhecido de Uberlândia, o Alessandro da Imperial Ciclismo, uma loja de bicicletas de nossa cidade.Já na largada, balizamento feito e na expectativa para o start! Adrenalina a “mil” para começar. Largada feita pontualmente as 9hrs da manhã. Estava bastante frio, aproximadamente 10 graus, e um dia lindo, como qualquer outro dia de inverno. Ao todo mais de 400 ciclistas participariam do evento.O início da prova, já é a parte mais dura do trajeto, uma subida de quase 6km com 300mts de altimetria acumulada. Uma média de 6% de inclinação com pontos de até 22%. É realmente uma parede. Nossa estratégia inicial era fazer o começo da prova, da forma mais tranquila possível, sem forçar muito, pois se dessemos tudo de nossas energias alí, poderia nos fazer falta no final. Muita gente saiu com tudo, atacando a subida, nos fomos ficando para trás, mas já sabíamos que isso aconteceria, afinal muita gente ali desconhecia o que ainda estava por vir. Mesmo dosando as energias, a montanha e tão dura, que é impossível não fazer força. Enfim, fomos tentando dosar ao máximo para tentar fazer a diferença no final. Foto tirada no alto da serra de Pardinho.Logo após a primeira subida, descemos até a cidade de Pardinho, uma pequena cidade do interior do estado de SP, as rodovias que passamos estavam 100% fechadas, somente os ciclistas usariam o local, muitos do habitantes da cidade, foram para as ruas verem os ciclistas, e prestigiar o evento. Foi até engraçado quando passamos a primeira vez pela cidade, havia uma criança sentada nos ombros do pai, e gritou, ” vai noveeeeee”, haja visto que o numero do CM era o 9. É muito legal ver a interação do público e o prestígio para com o evento. Após esse primeira passagem era hora de subir mais 7km em direção a “Cuesta” de Pardinho. Como minha atual condição física não estava das melhores, me concentrei em ficar na “roda” do CM o máximo que conseguisse.Após a subida da “Cuesta”, descemos novamente até Pardinho, e fomos para o outro lado da cidade, na Rodovia que liga a cidade de Botucatu.Seria um trecho de 28km em subidas e descidas. Ali estávamos em um grupeto maior, revesando “roda” para poder fazer o rendimento render. Já estava me sentindo “afogado”, e não deu outra, o CM se desconectou e sumiu na minha frente. Eu resolvi segurar um pouco mais, haja visto que o condicionamento não estava bom e fiquei com o grupo, tentando fazer o menos de força possível. Essa foi a única parte da prova em que as condições do asfalto não estavam muito boas, muitos buracos “remendados” no dia anterior, isso faz com que tenhamos que prestar bastante atenção para não ter nenhuma queda. Estava muito perigoso, mas graças a deus não tivemos problemas mais sérios na prova.Voltando novamente em Pardinho, desse vez pela ultima vez, era hora de encarar mais uma vez os 7km em subida da “Cuesta”, ali já estava no final da prova. Eu já estava sozinho, o grupo já tinha se desfeito, cada um estava no seu limite, muita gente havia desistido. Foi ali que quem soube dosar no início colheu os frutos. Eu estava cansado mas as pernas ainda estavam bem, sabia que estava acabando. Coloquei meu ritmo e fui tocando até terminar. No fim da prova muita gente sofreu, tinha uma subida curta, realmente muito curta, porém com pontos de 18% de inclinação, muita gente estava subindo “fazendo cobrinha”.Ao cruzar a linha de chegada, o CM estava me esperando, para chegarmos juntos ao posto RodoServ, ele terminou a prova 6 minutos a minha frente. Juntos chegamos ao posto para pegarmos nossas medalhas de participação.Meu objetivo era baixar o meu tempo de 2014, em 2014 fiz em 2:57hrs, porém devido a falta de preparo que estava evidente, acabei fazendo em 3:07hrs ou seja tomei 10 minutos de mim mesmo, é uma diferença muito grande. Mais um motivo para realmente focar nos treinamentos e voltar a andar bem, pois só assim sofremos menos nas provas. Fim da prova, foi hora de arrumar as coisas, tomar um banho rápido no hotel e voltar para Uberlândia. Ainda teríamos uma longa viagem pela frente. E o papo nas 7 horas de viagem rendeu! Principalmente com as piadas do “vai noveeeeeeeeeee”!
Fim da Road Brasil Ride 2017 – E o objetivo continua para 2018, fazer em menos de 2:40hrs. será? Bora Treinar!