Após quase 2 anos sem férias, em Abril de 2018 resolvi fazer uma viagem para a Europa e claro, participar de alguma prova de Ciclismo. A prova escolhida foi nada mais nada menos que a Paris Roubaix Challenge, a prova amadora da Clássica das Clássicas, Inferno do Norte e vários outros nomes, que nomeiam a maior e mais importe prova clássica do Mundo, a Paris-Roubaix.
Dessa vez não levei minha bicicleta do Brasil, é muito complexo ficar andando com mala bike em aeroportos, e depois eu viajaria para outros locais na Europa, e assim ficaria ainda mais difícil a locomoção.
Resolvemos alugar as bikes para fazer a prova, posteriormente explicarei melhor sobre os preços. O aluguel seria para 2 dias, ou seja como nunca havia andado nos pavés, usaria o dia anterior para soltar as pernas e andar nos pavés, mesmo que por pouco tempo, mas já seria legal para conhecer e aprender a andar nesse piso tão complexo.

Com as bikes em mãos, resolvemos fazer o reconhecimento de como é andar nos pavés na Floresta de Arenberg. Nosso percurso seria o menor, de 70km e não passaria por lá, mas como talvez seria minha única oportunidade de conhecer o setor de pavés mais famoso do mundo, não poderíamos deixar de passar essa oportunidade.

A floresta de Arenberg, fica aproximadamente 50 km de Lille, cidade onde estávamos hospedados. Com menos de uma hora de carro estávamos chegando lá, na comunidade de Wallens.
Sobre o Trecho: A Floresta de Arenberg é o setor de pavés 5 estrelas mais famoso e também o mais brutal, ela tem aproximadamente 2,5km de pavés com um grau de dificuldade altíssimo, haja visto que as pedras são irregulares e fora de nível. É também um local onde se encontra um grande número de espectadores para a corrida dos profissionais.

Assim que chegamos a Wallems, digo isso no plural, pois eu estava com um amigo, que participaria do evento junto comigo, estacionamos o carro e fomos fazer os ajustes em nossas bikes alugadas.
É de fundamental importância verificar todo equipamento, ajustar altura de selim, mesa de guidão, regulagem dos pedais e etc.
A cidade de Wallems, se é que pode se chamar de cidade, pois parece mais um vilarejo é muito tranquila, e quase não tem movimento. No dia estava um pouco mais movimentada devido ao evento dos amadores no sábado, e dos profissionais no domingo.
A concentração de veículos estacionados estilo “motor home” era enorme, com estrutura de palco para eventos culturais, shows e etc. A Paris-Roubaix movimenta e muita a economia da região.

Aconteceu algo inesperado logo no início, quando estávamos arrumando nossas bikes para fazer o reconhecimento, quando olho para a rua vejo 2 atletas da Equipe Katusha passando na minha frente. Um deles nada mais era que o 4x Campeão Mundial de Contra Relógio Tony Martin. Logo depois passaram os outros atletas da equipe, em direção ao trecho que iríamos reconhecer, a Floresta de Aremberg.

Apos um pequeno giro para sentir as bikes, já entramos diretamente no setor dos Pavés da Floresta de Aremberg. Aqui quando os profissionais passam na corrida, é um dos locais mais cheio de espectadores.
No dia não estava muito cheio, mas haviam constantemente ciclista como nós passando por ela. Entramos sem parar no trecho e aí foi só pancadaria.
Quando digo pancadaria pois andar nesse piso, é totalmente diferente do que havia imaginado, eu sabia que seria duro, mas é totalmente diferente. A bicicleta pula muito, pois uma bike de estrada não tem suspensão, as mãos tremem, e trapézio fica enrijecido.
Isso tudo senti com o primeiro KM, imagina com os profissionais que passam em mais de 50km de Pavés acumulados ao longo dos mais de 280km de prova. É realmente INSANO!

Passamos pelo trecho da Aremberg, e já sabíamos o que estaria nos aguardando para o próximo dia. Nossa prova seria de 70km, o trecho mais curto do Paris Roubaix Challenge, porém desses 70km, 10km seriam em pavés. Ou seja já sabíamos o que iriamos enfrentar.

Rodamos por mais ou menos 10km, até voltar a área dos Motor Home, e a entrada da Floresta de Aremberg.
Já estava na parte da tarde, e ainda precisávamos voltar ao Hotel, tomar banho, e ir para o Velódromo de Roubaix buscar o “kit” da prova, e o mais importante de tudo, terminar todos os à fazeres o quanto antes, para colocar as pernas pra cima e descansar para o grande dia.

A busca do kit, e sobre o Paris Roubaix Challenge fica para o próximo Post.
